sábado, 22 de setembro de 2012

O papel da mulher no teatro lorquiano



"Deixaria neste livro/ toda a minha alma./
Este livro que viu/ as paisagens comigo/ e viveu horas santas.
Que pena dos livros/ que nos enchem as mãos/ de rosas e de estrelas e lentamente passam! (...)" 

     Este belo poema de Garcia Lorca chama-se "Prólogo" e foi traduzido por William Agel de Melo.


    O poeta Federico García Lorca nasceu na região de Granada, na Espanha, e levou para sua poesia muito da paisagem e dos costumes de sua terra natal.

    Estudou direito e letras na Universidade de Granada. Seu primeiro livro foi publicado em 1918, com o título "Impressões e Paisagens". No ano seguinte, Garcia Lorca mudou-se para Madri, onde viveu até 1928. Em Madri tornou-se amigo de vários artistas, como Luis Bu?uel, Salvador Dali e Pedro Salinas. Em 1920 estreou no teatro, com a peça "O Malefício da Mariposa", e em 1921 publicou "Livro de Poemas".

  García Lorca viveu dois anos em Nova York. De volta à Espanha, em 1931, criou a companhia teatral "La Barraca", que passou a se apresentar por todo país encenando autores clássicos espanhóis, como Lope de Vega e Cervantes. Tornou-se também um grande dramaturgo, e criou peças que ficaram conhecidas no mundo inteiro. Entre suas obras mais encenadas estão "Bodas de Sangue", "Yerma" e "A Casa de Bernarda Alba".

   Como poeta, Lorca publicou mais de uma dezena de livros, entre eles "Romance Cigano", "Poeta em Nova York", "Seis Poemas Galegos" e "Cantares Populares". A poesia de Garcia Lorca é simples e direta, e seu estilo doce e comovente tem encantado gerações de leitores. Sua poesia tocante também registrou o modo de viver das pessoas mais simples e buscou resistir contra todo tipo de opressão.

   Em 1936, ano da eclosão da Guerra Civil Espanhola, Federico García Lorca foi preso. Fuzilado por militantes franquistas, tornou-se símbolo da vítima dos regimes totalitários.

Fonte:   




O teatro de Lorca é considerado o mais importante trabalho escrito em castelhano durante o século XX. Sua obra possui similitudes com os três grandes representantes do Século de Ouro do teatro espanhol: Lope da Vega, Calderón de La Barca y Tirso de Molina, cujas obras retratam o ambiente campesino. Suas principais tragédias rurais: Bodas de sangre (1933), Yerma (1934), Doña Rosita La soltera (1935) apresentam traços inovadores. Além de que, as protagonistas são mulheres e os dramas refletem tradições. Em suas obras, Lorca enfatiza o papel social da mulher, inserida em uma sociedade conservadora e o faz através de símbolos, metáforas, conotações emotivas e sensoriais. Neste trabalho, buscaremos identificar na obra de Yerma (Lorca, 1934) a relação que o autor estabelece entre o papel da mulher na sociedade e seus conflitos com a natureza.  A personagem será analisada como parte de uma conjuntura social onde a fertilidade da natureza contrasta com sua tragédia pessoal: a infertilidade. Yerma, a personagem, traz em sua alcunha, marca de uma simbologia evidente na história. O autor, nesta peça, combina a religiosidade pagã, a tradição do teatro clássico espanhol, a antiga tragédia grega, a tradição bíblica e uma série de símbolos da natureza como principio gerador de vida.

Trabalho completo apresentado no XII Encontro Baiano dos Estudantes de Letras: Letras, Arte, Cultura: Diferenças que igualam as bahias da Bahia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário