A obra “As Velhas”, de Adonias Filho tem como cenário
o sul da Bahia. O enredo gira em torno de quatro matriarcas que após viverem
sobre a proteção dos seus companheiros conseguem ter representação frente as
suas famílias. A trama é dividida em quatro partes cada uma descreve uma velha:
Tari Januária; Zefa Cinco; Negra Zonga e Lina de Todos. Os destinos dessas
mulheres acabam por se entrecruzarem da seguinte forma: Tari Januária encarrega
seu filho de trazer os ossos de seu marido Pedro Cobra, assassinado por Zefa
Cinco, como ela supostamente sabia onde estavam os ossos do marido de Tari, propõe
um acordo a Toni Beré, filho de Tari: mostraria onde estavam enterrados em
troca ele deveria achar sua filha desaparecida. No percurso, Beré conhece a
velha Zonga que dá indícios do paradeiro da moça, já em Buerarema, ele conhece
a quarta velha, Lina de Todos, descobre que Asa, filha de Zefa, já havia
morrido e que havia tido uma filha que se encontrava prisioneira, libertam a
moça e a entregam a mãe que havia mentido sobre o paradeiro do corpo de seu
pai. Ele retorna a sua casa e descobre o verdadeiro motivo da busca: a sua mãe
queria fazer com os ossos quatro cabos para facas que daria a seus quatro
filhos. Na luta contra a fatalidade, seus personagens vivem e morrem numa
região, ainda dominada pela natureza feroz e marcada pela violência da disputa
de terras.
FILHO, A. As
Velhas. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 1975.
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