POR: VALÉRIA QUEIROZ MENEZES
Carl Gustav Jung (1875-1961)
Psiquiatra suíço, fundador da Psicologia Analítica, quem primeiro utilizou a teoria dos “arquétipos”
ARQUÉTIPO

Produz conteúdos, reagrupa os já existentes e trabalha numa relação
compensatória e complementar com o consciente.
O inconsciente é dinâmico
Segundo Jung, além do consciente individual existe o inconsciente coletivo, que chega
Segundo Jung, além do consciente individual existe o inconsciente coletivo, que chega
a nós através dos séculos, pelos antepassados (memória genética)
Segundo Jung
psique* e constitui-se dos materiais que foram herdados da humanidade. É nessa camada que existem os traços funcionais como se fossem imagens virtuais comuns a todos os seres humanos e prontas para serem concretizadas através das experiências reais.
*psique: "tonalidade de todos os processos psíquicos, conscientes como também inconscientes"
O INCONSCIENTE COLETIVO
NÃO DEPENDE DE EXPERIENCIAS INDIVIDUAIS
Segundo Gerolin, especialista Junguiana, “o comportamento humano segue padrões que podem ser compreendidas de forma mais ou menos nítida pelos chamados arquétipos” (p. 25)
“Todos os seres humanos independentemente de raça ou origem cultural,
possuem os mesmos arquétipos” (p.23)
Os arquétipos são iguais para todo mundo, porém, nossa relação com o mundo, com nós mesmos, com nosso corpo e com nosso futuro vai depender da dimensão que nós vivenciamos de cada arquétipo.
O Arquétipo da Grande Mãe
Ao pensar no arquétipo materno me vem a cabeça o princípio de tudo, o início, pois foi a mãe que nos gerou a vida. Assim, a mãe irá nutrir o seu bebê e protegê-lo dos perigos do mundo externo.
O amor maternal, o início, a proteção, a nutrição e o acolhimento são características do arquétipo materno que nos possibilita nos tornarmos adultos maduros e preparados para enfrentar os desafios da vida.
O Arquétipo do Guerreiro
Ogum é o arquétipo do guerreiro. É pois, o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha a sua própria expansão.
Os arquétipos são revelados por meio de figuras tais como:
ANIMA
Para a Psicologia Analítica, o arquétipo da anima (termo em latim para alma), constitui o lado feminino no homem, e o arquétipo do animus (termo em latim para mente ou espírito), constitui o lado masculino na psique da mulher. Ambos os sexos possuem aspectos do sexo oposto, não só biologicamente, através dos hormônios e genes, como também, psicologicamente através de sentimentos e atitudes.
•
- O homem traz consigo, como herança, a imagem de mulher. Não a imagem de uma ou de outra mulher especificamente, mas sim uma imagem arquetípica, ou seja, formada ao longo da existência humana e sedimentada através das experiências masculinas com o sexo oposto.
- Cada mulher, por sua vez, desenvolveu seu arquétipo de animus através das experiências com o homem durante toda a evolução da humanidade.
SOMBRA
Em 1945, Jung deu uma definição mais direta e clara da sombra:
“a coisa que uma pessoa não tem desejo de ser” (CW 16, parág. 470).
Nesta simples afirmação estão incluídas as variadas e repetidas referências à sombra como o lado negativo da personalidade, a soma de todas as qualidades desagradáveis que o indivíduo quer esconder, o lado inferior, sem valor, e primitivo da natureza do homem, a “outra pessoa” em um indivíduo, seu próprio lado obscuro.
PERSONA
•O termo Persona se refere a máscara que o grego utilizava no teatro e diz respeito aos papeis coletivos que representamos em nosso dia a dia. Diz respeito as atitudes coletivas adotadas pelo indivíduo.
•Jung se referia a persona como as atitudes mais externas do sujeito, aqueles comportamentos, afetos e sistema de idéias que fora condicionado pela sociedade e pela tradição.
• A Persona se configura como o arquétipo da adaptação social e por isso se mostra muito importante, mas assim como as nossas atitudes externas, temos também as atitudes internas, ou a maneira de relacionar com nós mesmos . Nos mitos a persona é simbolizada pela máscara, e na modernidade a maquiagem e as roupas serve muito ao propósito de atrair e proteger, assim como para pertencer a um grupo ou organização.
Segundo a teoria junquiana, as deusas são arquétipos, fontes derradeiras de padrões emocionais que fluem de nossos pensamentos, sentimentos, instintos e comportamentos, caracterizados e tipificados como puramente "femininos". Porque como "deusa" entendemos um tipo complexo de personalidade feminina que reconhecemos intuitivamente em nós, nas mulheres a nossa volta e também nas imagens e ícones que estão em toda a nossa cultura.
A Mulher Perséfone tem uma qualidade que lhe é inata, a sua vulnerabilidade espiritual. Em sua fragilidade, percebe-se o anseio por afeição e intimidade profunda.
Não é difícil achar Deméter, pois ela sempre estará rodeada de crianças.
É aquela faz e distribui o pão, que passa a noite acordada cuidando do filho doente, que cozinha, que lava e passa e que ainda tem reservas inesgotáveis de energia.
É bem fácil identificá-la, pois a mulher-Atena está no mundo, ela faz e acontece: editorando revistas, dirigindo departamentos de Universidades, é personalidade política e grande executiva.
Em nossa época, Afrodite dá toda a impressão de ter trocado o Olimpo por Hollywood. É fácil identificá-la, adora roupas caras, jóias, perfumes e adornos de todo o tipo. Graças ao seu talento em manobrar sentimentos e os projetos criativos do homem, a mulher-Afrodite consegue manifestar o que Jung chamou de "anima"do homem.
A representação arquetípica do feminino
nas “Velhas” de Adonias Filho
“As Velhas” narra a história de quatro matriarcas: Tari Januária, Zefa Cinco, Lina de Todos e Zonga que após viverem sobre a proteção dos seus companheiros conseguem ter representação frente as suas famílias . Simbolizam não somente um grupo social, mas também arquétipos femininos regionais.
ZONGA
Discurso que aborda aspectos da escravidão pode ser relacionada com a mulher-Deméter
“ Levamos mãe Aparecida e os meninos selva adentro, duas léguas daqui, lá erguemos o rancho no esconderijo” (Adonias Filho, 1970: 82)
“ Levamos mãe Aparecida e os meninos selva adentro, duas léguas daqui, lá erguemos o rancho no esconderijo” (Adonias Filho, 1970: 82)
TARI JANUÁRIA
Problematiza o discurso da mulher indígena na formação da sociedade sul-baiana. Pode ser representado pelo arquétipo da Mulher-Perséfone
“Sozinha, morto o pai Upiru e sem minha gente, me agarrei a Pedro Cobra de todo coração. Fui uma cachorra a segui-lo, andando ou correndo, sempre atrás dele no caminho
de volta” (Adonias Filho, 1970: 13)
ZEFA CINCO
Apresenta características de igualdade com o gênero masculino. Pode ser representado pelo arquétipo da mulher- Atena.
“Se Deus fez, o diabo juntou Chico Paturi e Zefa Cinco unha e carne de tão agarrados, duros na labuta, fizeram um pouco de tudo”. (Adonias Filho, 1970:49)
LINA DE TODOS
A mulher como objeto sexual, pode ser representado pelo arquétipo da Mulher-Afrodite
“(...) conheceram Lina de Todos naquele minuto e sua fama começou naquela tarde (...) E vendo os homens excitados em frente, cada um dando o que pedisse para apertá-la nos braços, soube que podia usar ela como quisesse...” (Adonias Filho, 1970:102)
REFERENCIAS
BOECHAT, Walter. “Arquétipos e mitos do masculino”. In: Mitos e Arquétipos do Homem Contemporâneo. Petrópolis – RJ. Vozes, 1997.
Clarke, J. J. . Em busca de Jung. Rio de Janeiro: Ediouro, 1993 - p. 45
http://www.institutoaion.com.br/images/jung_vidaobra.gif
JUNG, Carl Gustav, Os arquétipos e o inconsciente coletivo/ CG. Jung; tradução Maria Luiza Appy, Dora Mariana R. Ferreira da Silva. Petrópolis – RJ: Vozes, 2000.
Clarke, J. J. . Em busca de Jung. Rio de Janeiro: Ediouro, 1993 - p. 45
http://www.institutoaion.com.br/images/jung_vidaobra.gif
JUNG, Carl Gustav, Os arquétipos e o inconsciente coletivo/ CG. Jung; tradução Maria Luiza Appy, Dora Mariana R. Ferreira da Silva. Petrópolis – RJ: Vozes, 2000.
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