Por: Valéria Queiroz Menezes
Só como fenômeno estético a existência e o
mundo aparecem eternamente justificados.
O
Formalismo Russo foi uma escola de crítica literária da Rússia de 1910 até
1930. Dela fazem parte acadêmicos russos e soviéticos, tais como, Vítor
Sklovski, Yuri Tynyanov, Boris Eichenbaum, Roman Jakobson e Gregory Vinokut.
Caracterizado por enfatizar o papel funcional dos dispositivos literários e sua
concepção de história literária, defenderam um método científico para estudar a
linguagem poética excluindo assim, abordagens psicológicas e
histórico-culturais. Possuía dois princípios: a literatura por ela mesma, os
fatos literários devem ser priorizados sobre os compromissos metafísicos da
crítica literária. Distinguiram linguagem poética de linguagem prática para os
formalistas as qualidades emocionais de uma obra literária são secundárias, as
combinações lingüísticas adquirem valor nelas mesmo. Assim, rompe com a
estética, a ciência do belo e a filosofia. As principais noções do Formalismo
são: a noção de estranhamento, isto é, a desautomatização que a obra causa e a
literalidade, que constitui no fato o qual garante a literatura como ela é. Os
formalistas propuseram em forma de arte, uma própria renovação no estudo do
signo, tentaram entender dentro do texto como ele foi construído de um ponto de
vista fonético e fonológico não levando em conta o contexto. A recepção do
Formalismo Russo na Europa aconteceu quarenta anos depois dos formalistas
iniciarem seus estudos.
O New Criticism refere-se
invariavelmente aos nomes e aos trabalhos dos críticos americanos John Growe
Ranson, Willian K. Wimsatt, Cleanth Penn Warren e ao do filósofo Monroe
Beardsley, os quais escreveram as suas obras mais influentes durante as décadas
de 40 e 50. A
designação surgiu a partir do título de uma das obras de John Growe Ranson,
publicada em 1941.
Segundo o New Criticism uma das
qualidades da poesia é a tensão, Brooks ressalta o que se deve destacar no
texto: tensões, paradoxos, ambivalências, ironia. A inversão associada à
linguagem afetiva. Segundo os críticos essa massificação propõe a falácia da
comunicação, e esta se dá de duas maneiras: intencional que constitui um erro
da crítica literária que apenas aprecia uma obra de arte em função da intenção
originais do autor e a afetiva, isto é, quando se produz juízos críticos
condicionados por valores afetivos. Deve-se segundo os New Criticism, buscar a
inferência e o porquê da relação entre o ritmo e a proposta temática, alcançar
a abstração.
Quando melhor for a relação do tema com
a estrutura do texto, desvio, estranhamento, a in-tesão, isto é, tensão interna
do poema melhor será a obra de arte. A poesia, nesta perspectiva, produz a
morte semântica dando lugar ao estudo da forma.
O Estruturalismo é uma corrente de
pensamento nas ciências humanas que se inspirou no modelo da Lingüística e que
apreende a realidade social como um conjunto formal de relações. O termo
“estruturalismo” origina-se no Cóurs de Linguiste Génerale de Ferdinand de
Saussure.
Surge como uma forma de reação contra
o estudo genético da literatura e contra abordagens extrínsecas aparece como
uma afirmação imanentista em crítica literária. O objeto constitui, segundo os
estruturalistas, um sistema de relações, um todo. O Estruturalismo cria um
método ou análise formal de um objeto.
Roman Jakobson escreveu uma das mais
relevantes considerações da postura formalista, a qual define poesia como
linguagem em sua função estética. Desse modo, o objeto de estudo literário não
era a literatura, mas a literalidade, ou seja, aquilo que torna determinada obra
uma obra literária. Da mesma forma que os formalistas não admitiam nenhuma
informação que fosse extra textual assim os fizeram os News Criticism que não
admitiam nenhuma outra informação além da contida no texto, a crítica estruturalista
foi influenciado pelo Formalismo Russo distinguia-se por analisar as obras
literárias por meio da ciência dos signos, isto é a relação subjacente dos
elementos.
Pode-se concluir,
que tanto o Formalismo, quanto o New Criticism e o Estruturalismo buscavam uma análise
do objeto por ele mesmo, a subjetividade, fatos históricos etc. não interferiam
na formação do belo a arte era analisada por ela mesma.
A obra a seguir, Família, é de autoria de Pablo Picasso,
principal expoente do Cubismo, movimento artístico que ocorreu entre 1907 e
1914. Movimento Vanguardista que influenciara correntes literárias na Europa. O
cubismo tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas,
representando as partes de um objeto no mesmo plano. A representação do mundo
passava a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas, dessa
forma sugere a estrutura dos corpos, dessa forma sugere a estrutura dos corpos
ou objetos. Privilegia a forma. Os elementos eram decompostos em partes, dessa
maneira o artista registra todos os elementos em planos sucessivos e
superpostos, esta fragmentação foi tão grande que aos poucos se tornou
impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas. Reagindo
a essa fragmentação e tentando rejeitar
a destruição da estrutura, o Cubismo sintético procura tornar as figuras
novamente reconhecíveis, introduz como numa colagem, letras, palavras, etc.
intencionando ultrapassar os limites das sensações visuais.
O Cubismo foi um movimento
vanguardista que influenciou a crítica literária. É possível afirmar que o New
Criticism, movimento da teoria literária, surgido nos anos 20 nos Estados
Unidos, possuía princípios que perpassava por ideais cubistas. Ele propõe,
assim com os cubistas, separação do objeto artístico do autor rompendo com o
biografismo, rejeita os contextos sociais ou culturais, privilegia a análise do
objeto em si.
É possível também afirmar que tanto o
Estruturalismo quanto o Formalismo Russo adotaram preceitos cubistas, na medida
que podemos afirmar que a forma era privilegiada em detrimento ao contexto. A
obra de arte se constituía como tal a partir do momento em que provocasse a
desautomatização. Desse modo a obra de arte assim como a obra literária era
considerada em sua função estética, o belo por si mesmo. A obra de arte deveria
se afastar de quaisquer aspectos que não fosse centrado nela. Assim, era um
fato material plausível de análise como diria os Formalistas.
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